12.5.08

Jornalistas: Canais de comunicação nas corporações

por Polyana Gonzaga

Uma série de mudanças marca o comportamento dos indivíduos e das organizações. Cada vez mais, a sociedade é compreendida a partir de suas ferramentas tecnológicas e possibilidade de comunicação e interconexão, em uma lógica de redes.

A comunicação organizacional é uma especialização do jornalismo na cobertura jornalística interna dos fatos de uma empresa, companhia ou corporação. Assim como a assessoria jornalística, a atividade permite a produção de veículos jornalísticos voltados para circulação entre os próprios funcionários e executivos de uma ou mais empresas (jornais internos, boletins e house organs).


Esta é uma área crescente na era da globalização, onde muitas corporações tornam-se tema para cobertura jornalística. A partir disso decidem utilizar esta atividade para estabelecer mais um elo com seus clientes, colaboradores e a sociedade de maneira geral.

Neste contexto, as novas tecnologias e suas possibilidades cumprem um importante papel, sendo um impulso para a sociedade informacional. O termo se assemelha ao usado para definir a sociedade industrial, não apenas como uma sociedade onde há indústrias, mas como uma sociedade na qual as formas sociais e tecnológicas de organização industrial permeiam todas as esferas de atividade.

Depois dos desafios da automação e mecânica, a Tecnologia da Informação se transformou no passaporte das corporações para o mundo globalizado. Com o passar dos tempos, o profissional de comunicação vêm se tornando um grande gestor da informação.

Desta maneira, jornalistas como agentes da informação, devem procurar gerenciar com inteligência essas informações e o conhecimento gerado pela empresa passa que esse seja o diferencial estratégico no mercado competitivo de hoje.

7.5.08

O futuro do ciberespaço


Web 3.0 será uma Internet inteligente e 'personalizada'

Os pesquisadores buscam uma Internet inteligente. Por exemplo, um "secretário virtual" poderá ajudar o internauta a escolher o vinho para um jantar


Maite Gutiérrez
Em Barcelona


Acabaram-se as buscas na Internet que retornam 70 mil resultados inúteis, as larguras de banda estreita, a conexão limitada ao computador e ao celular... Estas desaparecerão com a próxima Internet: a chamada Web 3.0. Se a atual Web 2.0 se caracteriza pelo sucesso das redes sociais, o passo seguinte na evolução do ciberespaço é alcançar uma Internet inteligente, presente em qualquer lugar, que conheça a pessoa e se adapte a ela. Não há data de estréia e cada pesquisador tem sua própria visão sobre o futuro da rede, mas concordam nos seguintes aspectos.

Segundo Tim Berners-Lee, o criador da World Wide Web, a verdadeira revolução chegará com a Web semântica, que também se incluiria na Web 3.0. A Web semântica tenta transformar a informação em conhecimento, ordenar e classificar os conteúdos da Web para que os computadores sejam capazes de interpretá-los e tomar decisões através do cruzamento de dados. Para isso estão sendo desenvolvidas tecnologias que rotulam a informação com nomes compreensíveis entre todos os dispositivos e programas informáticos.

"Algumas teorias defendem que a Web semântica é um novo nome para a inteligência artificial", explica Mari Carmen Marcos, professora de documentação da Universidade Pompeu Fabra que estuda a Web semântica.

A Internet não pensará em termos humanos, mas será capaz de estabelecer relações e resolver casos porque os dados estarão bem ordenados, salienta Ivan Herman, diretor da Atividade de Web Semântica do W3C -o consórcio de padrões de Internet dirigido por Berners-Lee.

Por exemplo, se uma pessoa prepara um jantar importante e não tem idéia de vinhos, poderá perguntar a seu "agente inteligente" na Internet - uma máquina de busca interativa, como um secretário virtual- com que bebida poderia acompanhar o prato que prepara. O agente lhe dará a resposta correta porque conhecerá os gostos do usuário e os de sua acompanhante, terá acesso a uma informação que classifica os vinhos em função da colheita e dos alimentos com que combinam bem. Para isso, toda a informação deve estar na Internet e armazenada de forma correta.

Já existem empresas que as estão utilizando, mas não de forma comercial. A Yahoo é uma delas, e de fato as máquinas de busca na Internet estão entre os setores mais interessados nessa tecnologia, afirma Ricardo Baeza, vice-presidente da Yahoo Research Europa y Latinoamérica. Supõe-se que suas buscas serão muito mais eficientes e acertadas quando a Web semântica estiver desenvolvida. A Nasa criou algumas aplicações desse tipo e o Conselho Geral do Poder Judiciário idealizou uma ferramenta para ajudar os juízes baseada na Web semântica.

Alcançar a rede do conhecimento não será fácil. Além da dificuldade de etiquetar toda a informação e conseguir tecnologias que tornem isso possível, seria preciso resolver a questão dos padrões, a linguagem utilizada para nomear cada coisa. E isto poderia levar a guerras empresariais e causar a fragmentação da Internet. Por isso, antes da Web semântica chegarão outros avanços que também se incluem na Web 3.0, afirma Íñigo Asiain, gerente de marketing do Online Services Group da Microsoft Ibérica. O computador deixará de ser a plataforma principal para se conectar, e qualquer aparelho -desde eletrodomésticos ou carros até tocadores de MP3- fará parte da rede.

Além disso, todos os aplicativos serão compatíveis -por exemplo, os usuários de diferentes redes sociais como MySpace ou Facebook poderão se comunicar entre si, coisa que hoje é impossível- e seriam criadas pequenas redes que compartilharão informação em função dos interesses de cada pessoa. A Microsoft também trabalha no correio unificado, uma aplicação que permita manejar como uma só todas as contas de e-mail, as ligações telefônicas, etc.

A geolocalização é outra das frentes abertas em várias empresas. Aparelhos que dizem à pessoa onde estão seus parentes e amigos com um só clique. E que também a mantém controlada.

Cada vez mais dados, mais internautas e mais tráfego de informação que exigirão processadores mais potentes e maior largura de banda. O futuro da Internet precisa, portanto, de uma mudança na infra-estrutura, e um exemplo de como poderia ser está no GRID. Trata-se de uma tecnologia que permite distribuir o volume crescente de dados do Large Hadron Collider (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, que entrará em serviço este ano no Laboratório Europeu para a Física de Partículas (CERN), na Suíça.

Os 10 mil cientistas que utilizam o GRID podem acessá-lo de qualquer lugar do mundo. Nele se definem grupos de usuários com interesses comuns que compartilham recursos e se atingem velocidades de conexão de até 10 gigas por segundo, informa Manuel Delfino, diretor do Port d'Informació Científica de la Universitat Autònoma, que abriga um dos nódulos do GRID.

Seu uso é restrito à comunidade científica, mas Delfino acredita que parte dessa tecnologia chegará ao grande mercado em curto prazo, como ocorreu com a própria Internet há 20 anos.

Fonte: La Vanguardia

6.5.08

A internet vai mudar a cara dos jornalistas

por Ton Torres

“Um fórum criado por jornalistas e profissionais da internet para debater os rumos de suas atividades e as tendências da informação no mundo digital”. Foi com esta auto definição que os organizadores do MediaOn caracterizaram o 1º Seminário Internacional de Jornalismo Online, que aconteceu em São Paulo, do dia 12 a 14 de junho de 2007, no Itaú Cultural, na Avenida Paulista. Já passou? Já passou. Mas vale a pena rever alguns conceitos sobre o evento.

Na visão dos estudiosos e profissionais de jornalismo online que estavam presentes no fórum, qualquer pessoa munida de um aparato tecnológico (câmeras, celulares, filmadoras etc.) pode se tornar um provedor de informação. Prova disto, é a explosão de sites como o YouTube, além de blogs, fotoblogs e podcasts que, cada vez mais, começam a gerar “conteúdo jornalístico”. Então a profissão de jornalista irá acabar, certo? Isto eles não souberam explicar, porém afirmaram que a credibilidade da informação fornecida pelos novos “profissionais” é discutível.

Para Rosental Calmon, que leciona o curso de jornalismo online na Universidade do Texas, EUA, as novas ferramentas digitais não devem ser encaradas como uma ameaça à mídia tradicional. Ele afirma que o jornalista ainda possui a “missão de dar sentido às informações”, uma vez que esse novo conteúdo é criado, em sua maioria, por amadores.

Os representantes das mídias tradicionais, como os portais Terra, UOL, IG, além das emissoras CNN, BBC, France 24 e o jornal The New York Times mostraram algumas de suas armas para se adaptarem aos novos consumidores de informação, como criar comunidades virtuais e dar espaço para que os “usuários” publiquem vídeos, comentários e troquem informações com outros leitores.

De fato, a internet está mudando a cara da mídia e, com isso, para os novos jornalista não bastará apenas produzir a informação. Em breve, os novos comunicólogos deverão além de produzir, saber trabalhar com edição de vídeo, som, imagem e estar “antenado” à todo e qualquer tipo de inovação digital.

O MediaOn foi um evento gratuito e aberto ao público. Pra quem perdeu, vai a dica: todo o conteúdo do seminário foi transmitido ao vivo pelo portal Terra, e está disponível na íntegra no TerraTV.

25.4.08

Assessores: Agentes da informação

por Polyana Gonzaga

Profissionais com habilidade na gestão da informação de maneira criativa e transparente transformam o ambiente corporativo.

Produtividade, qualidade e transparência! Estes são os atuais desafios da trilogia do sucesso empresarial. Depois dos desafios da automação industrial e mecânica, a TI (Tecnologia da Informação) se transformou no passaporte das corporações para o mundo globalizado. Nesse contexto, a assessoria de comunicação exerce funções vitais.

Com o passar dos tempos, o profissional de jornalismo vêm se tornando um grande gestor da informação. Gerenciar com inteligência essas informações e o conhecimento gerado pela empresa passa a ser o diferencial estratégico. São esses profissionais que vão fundamentar novos conceitos na utilização da informação para a solução de problemas e criação de alternativas viáveis para a corporação.

Desta maneira, reforçamos a necessidade de especialistas em otimizar a informação de maneira criativa atuando dentro das empresas.

Pós-modernidade. E agora?

por Cleyton Torres

Vivemos em uma era contemporânea, moderna ou pós-moderna? O homem de hoje é contemporâneo e moderno ao mesmo tempo? Se for, onde entra a tão falada pós-modernidade, discutida entre as mais renomadas personalidades acadêmicas atuais? Parafraseando o crítico marxista norte-americano Frederic Jameson, a pós-modernidade nasceu na década de 60, e é entendida como a “lógica cultural do capitalismo tardio”.

A pós-modernidade é marcada pela digitalização da informação, onde a partir disso há uma ruptura da cultura analógica para a digital, transformando a sociedade, até então moderna, em pós-moderna, exigindo mais pró-atividade dos indivíduos. Neste cenário, os "sujeitos" da cultura de massa são substituídos pelos "indivíduos" reconhecidos da cibercultura.

Fator esse que, para muitos especialistas, marca a “passagem” do moderno para o pós-moderno. Deixamos de lado o tempo linear, onde pensávamos em produzir para o amanhã. A praxe agora, marcada pela internet, pela velocidade, pelas tecnologias do tempo presente e atual, é produzir mais e melhor para hoje. O tempo é, agora, individual.

Tal definição causa uma diferenciação significativa na tentativa de definir o pós-moderno somente como pós-industrial, com o advento das novas tecnologias (entende se pós-industrial como todo e qualquer fator da sociedade nascido após a Revolução Industrial). Não só neste ponto, mas a conceitualização de transição do moderno para o pós-moderno também é polêmica.

Para o sociólogo espanhol Manuel Castells, a revolução da tecnologia da informação motivou o surgimento do “informacionalismo” como a base material de uma nova sociedade. Para ele, nesse novo contexto de sociedade, a geração de riqueza, o exercício do poder e a criação de códigos culturais passaram a depender da capacidade tecnológica das mesmas e de seus indivíduos, sendo a tecnologia da informação o elemento principal dessa capacidade.

A tecnologia da informação será ainda, para o mesmo sociólogo, fator decisivo de uma mudança radical no nosso modo atual de produção. Utilizaremos mais o intelecto do que a força braçal, produziremos mais e melhor em uma escala de tempo nunca antes imaginada.

Entretanto, a própria terminologia “pós-modernidade” é ambígua. O prefixo “pós” pode significar algo que vem depois, um rompimento com a modernidade e o nascimento de um conceito posterior (sentido este que muitos empregam pós-modernidade) ou pode significar também post de post-mortem, algo que sugeri o fim ou término de um estado.

Essa ambigüidade do significado do prefixo “pós” parece terminar no momento em que analisamos que nós não nos “demitimos” da modernidade, não rompemos nem houve ruptura com ela, pelo contrário, a crise da ou na cultura que achamos marcar o início do pós-modernismo, na década de 60, fez apenas que aprofundássemos ao máximo as críticas referentes aos conceitos e pressupostos de modernidade. Maximizamos, portanto, os questionamentos e as conseqüências geradas na modernidade até os aspectos de vida do modo “aldeia global”, parafraseando o filósofo canadense McLuhan.

Deixando teorias à parte, é fascinante debruçar sobre conceitos e ver como o homem sente prazer em tornar complexa sua própria existência. Sabendo que não vivemos mais em uma sociedade moderna, mas que não deixamos de ser contemporâneos, necessitávamos de uma nova significação ao nosso extraordinário desenvolvimento cultural, tecnológico e cientifico. Ainda na academia, resgato um dos exemplos mais fascinantes para o entendimento de modernidade e pós-modernismo. Até mesmo leigos extremos poderiam compreender. “Moderno é um liquidificador. Pós-moderno é um Iphone”, disse um acadêmico. Somos pós-modernos. E agora?

23.4.08

Crises: desafio e planejamento

por Polyana Gonzaga

Toda e qualquer empresa está sujeita à crise. Dependendo da intensidade, pode afetar sua imagem, seus negócios e, principalmente, seu alvo, seus clientes.

E se crise empresarial é vista e tida como um fato, isso pressupõe adotar, previamente, políticas de planejamento e gerenciamento preventivos como forma de evitá-la.

Para isso, existem ferramentas indispensáveis para lidar com momentos mais críticos. A comunicação se torna, então, imprescindível nesse período.

Crises não escolhem empresas, assessorias e podem ocorrer a qualquer instante, e por qualquer motivo.

Nesse momento, entram em cena as empresas de comunicação que têm se aprimorado ao longo dos últimos anos para realizar ações estratégicas que minizem os efeitos das crises.

Quem não se lembra do caso da Parmalat? Depois da bem-sucedida campanha "Mamíferos", quando a empresa decidiu apostar na ternura infantil para incrementar as vendas de leite, o que resultou em uma resposta do consumidor, que fez com que as vendas disparassem e a empresa ganhasse ainda mais visibilidade; a multinacional passou por um turbulento período, iniciado em 2003, com problemas financeiros na matriz italiana. E fez-se a crise da Parmalat!

Mesmo assim, no ano passado, a campanha retornou à mídia. Com a força da campanha, a empresa, que beirou a falência, se reergueu e voltou a figurar entre as líderes do mercado. Todo esse contexto tem ampla relação com um bom planejamento e o gerenciamento da crise naquele momento. Crise é uma realidade que se deve evitar, mas quando surge, precisa ser administrada com correção e a utilização de ferramentas eficientes.

21.4.08

Eco-marketing: uma nova demanda

por Ton Torres

As organizações empresariais se defrontam, atualmente, com uma nova demanda de necessidades corporativas, relacionadas não só aos seus produtos e serviços, mas também às suas interações com a sociedade e o meio ambiente ao seu redor.

Um dos grandes desafios das empresas em um contexto caracterizado por uma “nova economia” (a economia do politicamente correto e do socialmente responsável) diz respeito à colocação da sua imagem no mundo globalizado em plena era da informação. São cada vez menores as diferenças entre os produtos das grandes e pequenas empresas, nacionais e internacionais, pois a globalização, apagando limites geográficos e mesclando centenas de culturas diferentes, tornou-os tão próximos em estrutura física e de qualidade, que já não se leva mais em conta apenas o preço, o design ou os demais fatores comuns. É nessa hora que se vêem os benefícios da “era da informação”.

Cada vez é mais comum um número maior de pessoas que questionam o fato de que se ao consumirem determinado produto de uma marca específica, estarão ajudando na construção de uma sociedade mais justa, sendo esta marca pertencente à uma empresa reconhecidamente sócio-responsável. Cada vez mais, preço e qualidade são posições secundárias, sendo substituídos pela ética, princípios e valores. A era da informação está criando uma enorme geração de consumidores socialmente responsáveis, os chamados “consumidores verdes”, que deixam de adquirir um produto ou, de fato, o adquirem, se a empresa estiver relacionada com alguma ação ou projeto social.

Com isso, as empresas privadas e as instituições sem fins lucrativos - e, por extensão, os produtos e/ou serviços que representam – ganham novas e importantes dimensões, constituídas pelos valores de uma nova cultura organizacional, baseada no ser politicamente correto, cristalizando, desse modo, uma imagem institucional positiva junto aos públicos externo e interno com os quais a organização interage, não dando satisfações somente aos acionistas, mas também colocando na agenda os consumidores e funcionários.

Entretanto, as práticas de responsabilidade social empresarial são, de fato, um modismo das corporações desde o final do século XX, período em que nasce o chamado “green marketing”, ou “marketing verde”. Nunca se falou tanto em sustentabilidade social, produtos produzidos de maneira politicamente correta e, principalmente, nunca os passos da iniciativa privada e das organizações sem fins lucrativos andaram tão próximos e ao mesmo tempo nunca foram tão importantes.

Logo, o desafio desse eco-marketing nesse contexto pós-moderno é aliar, em um mesmo processo estratégico empresarial, a imagem da empresa, a responsabilidade social empresarial e, devido às eras tecnológica e de informação em que vivemos, explorar ao máximo os canais das novas mídias digitais, criando uma interface entre empresa e sociedade que caracterize o século tecnológico no qual estamos inseridos, usando a mídia digital não para uma empresa parecer socialmente responsável, mas para ajudá-la a efetivamente ser.